quinta-feira, 12 de junho de 2014

Poesia para matar o tempo

 Oi, oi meu povo !! 

Hoje eu tava relendo algumas poesias antigas , coisa que eu n fazia há um bom tempo , e resolvi que seria um belo post , colocar por aqui algumas das minhas preferidas e deixar por conta de vocês decidirem se elas realmente merecem o título de marcos da literatura ;)

1° : 

Via Láctea (Olavo Bilac)


"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto A Via Láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas."

2° :

 Invenção de Orfeu (Jorge de Lima)


1. Um barão assinalado sem brasão, sem gume e fama cumpre apenas o seu fado: amar, louvar sua dama, dia e noite navegar, que é de aquém e de além-mar a ilha que busca e amor que ama.
Nobre apenas de memórias, vai lembrando de seus dias, dias que são as histórias, histórias que são porfias de passados e futuros, naufrágios e outros apuros, descobertas e alegrias.
Alegrias descobertas ou mesmo achadas, lá vão a todas as naus alertas de vaia mastreação, mastros que apoiam caminhos a países de outros vinhos. Está é a ébria embarcação.
Barão ébrio, mas barão, de manchas condecorado; entre o mar, o céu e o chão fala sem ser escutado a peixes, homens e aves, bocas e bicos, com chaves, e ele sem chaves na mão.
2. A ilha ninguém achou porque todos o sabíamos. Mesmo nos olhos havia uma clara geografia.
Mesmo nesse fim de mar qualquer ilha se encontrava, mesmo sem mar e sem fim, mesmo sem terra e sem mim.
Mesmo sem naus e sem rumos, mesmo sem vagas e areias, há sempre um copo de mar para um homem navegar.
Nem achada e nem não vista nem descrita nem viagem, há aventuras de partidas porém nunca acontecidas.
Chegados nunca chegamos eu e a ilha movediça. Móvel terra, céu incerto, mundo jamais descoberto.
Indícios de canibais, sinais de céu e sargaços, aqui um mundo escondido geme num búzio perdido.
Rosa-de-ventos na testa, maré rasa, aljofre, pérolas, domingos de pascoelas. E esse veleiro sem velas!
Afinal: ilha de praias. Quereis outros achamentos além dessas ventanias tão tristes, tão alegrias?  

3°: 

Balada da dez dançarinas no cassino (Cecília Meirelles)


Dez bailarinas deslizam
por um chão de espelho.
Têm corpos egí­pcios com placas douradas,
pálpebras azuis e dedos vermelhos.
Levantam véus brancos, de ingênuos aromas,
e dobram amarelos joelhos.


Andam as dez bailarinas
sem voz, em redor das mesas.
Há mãos sobre facas, dentes sobre flores
e com os charutos toldam as luzes acesas.
Entre a música e a dança escorre
uma sedosa escada de vileza.


As dez bailarinas avançam
como gafanhotos perdidos.
Avançam, recuam, na sala compacta,
empurrando olhares e arranhando o ruí­do.
Tão nuas se sentem que já vão cobertas
de imaginários, chorosos vestidos.


A dez bailarinas escondem
nos cí­lios verdes as pupilas.
Em seus quadris fosforescentes,
passa uma faixa de morte tranquila.
Como quem leva para a terra um filho morto,
levam seu próprio corpo, que baila e cintila.


Os homens gordos olham com um tédio enorme
as dez bailarinas tão frias.
Pobres serpentes sem luxúria,
que são crianças, durante o dia.
Dez anjos anêmicos, de axilas profundas,
embalsamados de melancolia.

.
Vão perpassando como dez múmias,
as bailarinas fatigadas.
Ramo de nardos inclinando flores
azuis, brancas, verdes, douradas.
Dez mães chorariam, se vissem
as bailarinas de mãos dadas.

4°:

Soneto de fidelidade ( Vinicius de Moraes )

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
5°:
Soneto de contrição ( Vinícius de Moraes )
Eu te amo, Maria, eu te amo tanto
Que o meu peito me dói como em doença
E quanto mais me seja a dor intensa
Mais cresce na minha alma teu encanto.
Como a criança que vagueia o canto
Ante o mistério da amplidão suspensa
Meu coração é um vago de acalanto
Berçando versos de saudade imensa.
Não é maior o coração que a alma
Nem melhor a presença que a saudade
Só te amar é divino, e sentir calma…
E é uma calma tão feita de humildade
Que tão mais te soubesse pertencida
Menos seria eterno em tua vida.
6° :
Ausência ( Carlos Drummond de Andrade )
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
7° :
Sonhe ( Clarice Lispector )
Seja o que você quer ser, 
Porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance de fazer aquilo que quer.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. 
Dificuldades para fazê-la forte. 
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas.
8° e um dos mais especiais pra mim : 
Sem título ( Sr. Arthur Portela Reboredo ) 
Eu possuo dois extremos 
Sou como o espelho
Reflito tanto o bem quanto o mal

Algo imperfeito
Em parte mal feito 
Carne e osso vestido por medo
Rodeado por seres de máscaras
Mal os conheço assim de longe
E quando estão sozinhos

São eles de olhar nu
Vistos por seu Deus
Em um mundo onde todos são ateus

As vezes sob o efeito de drogas
As vezes sob o efeito da raiva
Sua vida se opõe as outras

A vida é assim um espelho
Algo que possui duas rotas
Um caminho sem volta.
Booom , por hoje é só . Espero que gostem das minhas sugestões de poesias , porque eu realmente gosto bastante delas . 
Bj,bj e até o próximo post .
Ass: Laura , sua humilde ADM :P



quinta-feira, 5 de junho de 2014

Poesia

A mente descende a dor do amor
Elevando-se a magnitude de todo ser
Enquanto as maos guiam a vibração e a felicidade
Me envolvo entre as luzes incandecentes
Desenvolvo a minha mente...
Soltando-me em um abismo de paz
Enquanto me livro de tudo que é sagaz
Me sinto imortal e infinito
Pois acabo de sair de um labirinto
Feito pela mente que mente a realidade
E vejo agora pois a verdade
Eu uso de todo o momento e esbanjo sensaçoes e sentimentos
Arrepio sozinho pelas dobras da minha boca
Me sinto maior que tudo maior que o mundo
Sou apenas um ser sendo eu mesmo
No escuro danço e escuto
O som da musica ecoar e trancender na minha mente inocente
Vultos e lembranças vem a tona
E começo a sonhar um ideal
Fora do comum fora do normal
Saio de rotação, entrei na minha propria mente
Enterrei todos os meus medos e segredos doentes
Estou livre para ser sozinho dentro de mim mesmo
Um deliquente